terça-feira, 24 de abril de 2007

ESPAÇO ABERTO


A partir de hoje e sempre que possivel o Cartão Azul publicará neste espaço, artigos de opinião dos nossos visitantes para que sejam alvo de apreciação, reflexão e discussão. Para tal basta os nossos visitantes enviarem para o mail do Cartão Azul os seus artigos para publicação.


A Teoria no Desporto

Hoje em dia a maioria das profissões requer alguma formação teórica e técnica para que os seus executantes cumpram e melhorem (n)as suas funções. Só aquelas consideradas isentas de complexidade, e até olhadas de lado, continuam a carecer de desenvolvimento pedagógico. A verdade é que quanto mais exploramos um tema mais o aperfeiçoamos independentemente da sua simplicidade inicial. Se estudássemos à mesma escala as melhores formas de varrer uma rua, provavelmente chegaríamos a soluções tão complexas como as descobertas pela Medicina (embora a sua utilidade não seja globalmente comparável).Este extenso parágrafo, que aparentemente não terá ligação com nenhum tema útil, foi apenas o mote para às perguntas que se seguem:

1 - E os desportos… o que são? Serão equiparáveis a tarefas simples… ou a profissões extremamente complexas?Não são vulgares os casos em que os atletas frequentem aulas ou palestras assentes em conhecimentos científicos. Mas a sua simplicidade não seria consentânea com a necessidade reconhecida de uma formação prolongada que não termina apenas na entrada nos seniores, onde alguns atletas já poderão contar com 15 anos de hóquei.A verdade é que os desportos envolvem a experimentação de fenómenos largamente estudados pelas Ciências da Saúde, Sociais e Humanas (Psicologia, Sociologia, Gestão, Etc.) e, do Desporto.Quando os pais colocam os filhos a praticar desporto, fazem-no – ou deveriam fazê-lo, à luz das experiências verificadas – assumindo-o como parte de um processo de formação pessoal.


2 - Isso quererá dizer que deveremos orientar a formação para os objectivos pessoais dos nossos “clientes”? Ou poderemos ambicionar objectivos próprios ao desenvolvimento das modalidades?Quem frequenta o meio de alguma das modalidades, sabe que estas provocam a viciação de muitos dos seus atletas, pais, amigos, etc., o que propicia o estabelecimento de relações de longo prazo que, no caso de um “casamento” feliz, poderão acabar apenas no final de uma carreira plenamente realizada onde o término é reconhecido harmoniosamente pelo próprio atleta. Nessa perspectiva, e sendo vastamente compreendido que, embora ocupe tempo, o saber não ocupa lugar…


3 - Não seria útil uma transmissão de conhecimentos mais rica e diversificada que ajudasse os atletas a desenvolver a modalidade pela aplicação prática dos mesmos?

4 – Deverão as metodologias ficar retidas nos treinadores ou deverão ser transmitidas gradualmente aos seus atletas?São questão que deixo à vossa disposição para uma reflexão que me parece interessante.


gnoronha – Guilherme Noronha

6 comentários:

Anónimo disse...

não percebi o que é que se diz no texto, defense-se a formação ou não é preciso tê-la? a experiencia de 15 anos de jogador chega? acho que um dos problemas é as pessoas preocuparem-se com discursos muito bonitos, mas vazios de contexto, ou então neutrais, não tomam partido, não tomam decisões, depois quando alguem fizer alguma coisa, logo se vê se dizemos mal ou bem, é o problema deste texto, fala-se muito e bonito, vê-se que o seu autor é uma pessoa com formação ou então foi buscar isto a qualquer lado, mas não se percebe o que é que ele defende, não sei se este senhor é jogador ou dirigente ou se é empresario, mas olhe eu defendo a formação dos treinadores e acho que a exigencia ainda devia ser maior, poque há muitos que vão fazer os cursos, mas têm perfil para tudo menos para treinadores, portanto ainda defendo uma pré selecção como se faz em muitas areas da nossa vida, porque isto é de facto sério, para mais quando se sabe que os pais hoje, despejam os seus filhos nos clubes ou onde quer que seja e são os treinadores que substituem durante largos periodos, os pais , por isso acontece que em muitas situações a formação ultrapassa o hoquei em patins, a propria formaçao do atleta do ponto de vista fisico-motor, exige um nivel de conhecimentos muito maior, porque vemos miudos a aprender a jogar hoquei, que são descordenados de movimentos, nao sabem correr, não sao capazes de se agachar e andar agachados, nao tem flexibilidade, daí a urgencia e importancia desta questao ser reolvida e nao se deixar que um ex atleta pegue nos miudos só porque foi jogador, mas porque tem um nivel de conhecimentos que o permite fazer esse tipo de trabalho tao importante. Bom Dia.

Anónimo disse...

O autor deste texto não se responsabiliza por eventuais erros topográficos. ;-)

Agora a sério! Talvez por incompatibilidade dos mails, o texto não veio com a formatação adequada para fazer passar melhor a mensagem.

Sou jogador há 22 anos, fui treinador de miúdos e estou a acabar o curso de gestão (daí o seu empresário) e estive atento o suficiente para construir as minhas ideias sobre diversas questões metodológicas nos treinos ou simplesmente de situações com que nos deparamos todos os dias no desporto.
A minha intenção não era dar opiniões mas sim suscitar a discussão sobre algumas dessas situações (mais concretamente na formação).

Agora posso-lhe enquadrar este tema nas minhas opiniões, embora só o esperasse fazer num ambiente de discussão. Mas como se distanciou tanto das minhas pretensões... aqui vão:
- Acho essencial passar para os atletas, assuntos que vão além da mera prática desportiva de uma modalidade para que estes não "morram" ignorantes. Ensinar-lhes aspectos como o funcionamento muscular, todas as opções/orientações técnicas e tácticas existentes, gestão de conflitos, e muitas outras coisas para que estes sejam jogadores mais "qualificados".
Quando fui treinador desviei-me por vezes do mero ensino técnico-táctico do hóquei para tentar formar jogadores com elevada capacidade de aprendizagem por observação, interpretação e discussão das situações com que se deparavam. E penso que consegui que isso se reflectisse na velocidade com que evoluíam no hóquei também.
Se tivermos cuidado para ensinar coisas daquelas naturezas nos momentos em que os miúdos/jovens as possam assimilar, eles darão respostas surpreendentes (até porque compreendem o nosso gosto em ensinar.
- durante uma carreira de hóquei há imenso tempo para formar atletas/seres humanos que venham a saber tanto ou mais do que os treinadores (desde que estes não “escondam o jogo”, ou simplesmente que não tenham conhecimentos suficientes) porque vão beneficiar dos saberes de diversas fontes e têm o contacto prático com a realidade.

Quando diz que alguns treinadores “têm perfil para tudo menos para treinadores” eu concordo plenamente mas não era disso que eu me referia…

Anónimo disse...

Já agora... porque é que devemos deixar um treinador acompanhar os meninos só porque tem um curso/diploma de treinador.
Nessa perspectiva, a perfeição é impossível… e se um treinador não tivesse conhecimentos certificados em todas as áreas científicas aplicáveis ao hóquei, também teria de ser dado como inapto: não restaria ninguém, né?
Há que haver a ponderação das capacidades globais do treinador e das exigências, quer tenha curso ou não, quer tenha sido jogador ou não!
Por exemplo, ouvi que foi oferecido o curso a uns estudantes de desporto que fizeram um estudo sobre o hóquei. Estariam eles globalmente preparados para treinar Hóquei? Terá sido esta uma atitude responsável da Federação? E os jogadores que sabem mais sobre todas as outras áreas além do estudo que eles fizeram… mereceriam uma prenda destas?
Como eu sou “parte interessada”, porque não tenho curso, abstenho-me de comentar às minhas próprias perguntas, como há-de compreender.

Anónimo disse...

é importante dizer qual o nivel dado a esses estudantes e em que circunstancias é dado e qual o nivel de estudos desses estudantes, verá que os conhecimentos demonstrados, se calhar até justificava um nivel maior a atribuir-lhes, mas como já vao havendo legislação, felizmente, já nada se obtem de forma gratuita ou por dá cá aquela palha.
Uma outra questão que vi aqui, foi a de um treinador com curso, poder ser ou não mais competente que outro com curso. Sobre isso tenho para mim que alguem com formaçao é de certeza mais preparado do que quem nao tem nenhuma, infelizmente e tal como na vida há muitos que têm cursos ou canudos, mas não têm vocação, mas não eixam d ser preparados, existem é outros , os quem tem vocação, que depois se distinguem, normalmente pela qualidade do seu trabalho a todos os niveis, outros os que só têm ou não, vocação, não passam disso mesmo, porque de que serve a vocação se depois vão faltar argumentos para dar largas a essa capacidade(vocação), por outro lado quem tem vocação fazendo o curso , irá estar em vantagem sobre os outros que só têm curso, não acha?
Mas é importante não esquecer, que a obrigatoriedade dos cursos é uma imposição do estado e da sua lei de bases, igual à dos paises que fazem parte da comunidade europeia, portanto não vale a pena discutir se é necessario ou se existem pessoas que não precisam, pois tal como nos outros paises e nas outras modalidades que souberam evoluir e crescer, quem quiser ser treinador tem de fazer formação e é isso que eu acho muito bem, outra coisa quer não me passou despercebido e acho interessante foram as praticas que o sr, diz que praticou enquanto treinador de jovens, eu acho isso muito bom, mas cuidado, no contexto certo sim e de forma a não prejudicar todo o outro trabalho fundamental, que se não for feito, os atletas depois vão ser só bons conversadores e entendidos no processo de treino, porque se passou mais tempo a conversar do que a aprender o que é basico, agora acho que pod ser uma experiencia interessante, em tempo extra ao do utilizado dentro da pista que como o sr. sabe é muito pouco e cada vez menos. Mas deixo-lhe um desafio: Vá fazer o curso de treinador seja exigente no curso exija partilha de conhecimentos a todos os niveis e vai ver que partilham consigo, só não partilham com aqueles que sabem tudo e acham que não precisam de mais e por isso ficam calados o tempo todo, entretanto acaba o curso, são aprovados ou não , mas perderam a opurtunidade de partilhar,(tudo). até porque depois na pratica são poucos os que têm coragem de alterar os seus metodos para melhor porque entretanto aprenderam mais umas coisas que podem ser uteis, mas não o fazem porque assim mantêm a imagem de quem nao foi lá aprender nada e na pratica foi isso que se passou, faça isso, porque o sr, tem ideias importants que postas em pratica podem trazer mais à nossa modalidade, mas não desista nem se fique pelas ideias, elas só por si se não aproveitadas de nada valem.

Anónimo disse...

Ok, tou a gostar da discussão
- Preparação e utilidade dos cursos: depende da qualidade da preparação. já mencionei isso no post "treinador de bancada"
- Imposição das Leis: isso não me coíbe de criticar a qualidade do curso
- Vão ser só bons conversadores e entendidos no processo de treino: eu referi que "penso que consegui que isso se reflectisse na velocidade com que evoluíam no hóquei também". Aliás, castigo-me com a questão de eventualmente ter conseguido uma classificação acima do desejado, sabendo que o principal objectivo é a formação dos atletas mas, por outro lado, tinha de obter resultados para não os desmoralizar irremediavelmente!
- Frequência do curso: já planeava frequentá-lo e, com um pouco de sorte, aprender alguma coisa nova. (ver outra vês o post "treinador de bancada")

E, de forma indirecta, penso que já respondeu às minhas perguntas do post.

Francisco Mendes disse...

Boa Tarde,
Antes demais, deixem-me dar os parabéns pela discussão que por cá se faz,é agradável...e esperoa não estar atrasado.
Vou tentar responder unicamente ao post inicial e à 3 e 4 questões.
3- sou da opinião que a transmissão de conhecimentos (qualquer que seja a sua indole) deverá ser tida em conta num processo de aprendizagem e de treino, contudo ,também, tenho a consciência que nem sempre isso é possível ou aplicável na pratica, por um vasto conjunto de factores.Mas fundamental no treino, na minha optica, é que um vasto conjunto de "conhecimentos" sejam experinciados pelos atletas, e que essa experimentação seja de alguma forma enriquecedora dos seus "conhecimentos".
4- quanto às metodologias, a meu ver podem, e devem, ser tranmitidas aos atletas, não vejo mal nisso, mas, uma vez mais,o mais o importante é que os atletas as experimentem na prática.

Resumindo, mediante os "ateltas" que tenhamos, nós treinadores teremos de fazer uma analise e decidir se realmente "eles" (atletas) querem "saber" mais sobre esses aspectos. Um exemplo:
será que querem saber a diferença entre um trabalho de força com 10 repetições e um trabalho de força com 20 repetições? Será que um treinador que explique, ou pretenda tal, é tido como um "teórico" - e desta forma não vamos lá (pensam os atletas). por outro lado, um treinador que mande fazer 50 flexões,sem qualquer tipo de explicação (quer para a sua realização, quer para os atletas!!) - é um "gajo" forte e com este vamos lá (pensam outros altetas).

bom trabalho,