sábado, 6 de fevereiro de 2010

PAULO ALMEIDA AO SCN

«Não sei quando termino a carreira»

Paulo Almeida celebrou 41 anos e ainda não faz planos para deixar de jogar. Em conversa com o scn, o atleta da Juventude de Viana fala sobre a sua carreira.
Tem 41 anos e está aí para as curvas. Paulo Almeida celebrou, esta quinta-feira, 41 primaveras e revela que não sabe quando deixará os rinques. O ex-internacional português, em entrevista ao scn, revela a falta que o Sporting faz ao hóquei em patins e elogia os tempos passados em Barcelos. O título mundial conquistado por Portugal em Milão é um dos mais marcantes.
- Paulo Almeida, acaba de completar 41 anos. Até quando o vamos ver jogar hóquei em patins?
Sinceramente não sei quando deixarei de jogar. Neste momento, sinto-me bem fisicamente e sinto que sou útil à minha equipa. Continuou com vontade de treinar e de jogar, como se fosse um jovem de 20 anos. Mas uma coisa posso garantir: sou eu que vou decidir quando devo terminar a carreira.
- O Paulo Almeida começou a carreira sénior no Sporting. O clube, nesta altura, não tem equipa sénior. Faz falta ao hóquei português? O Sporting faz falta a qualquer modalidade. O passado do Sporting no hóquei em patins é riquíssimo e, sinceramente, estranho o facto de não haver uma equipa sénior. Por exemplo, o Moniz Pereira pertence à secção de atletismo e luta pela modalidade dentro do clube. Com o hóquei não se passa a mesma coisa. No tempo do Livramento ele lutou muito pelo hóquei no Sporting e por isso quero voltar a ver o Sporting na 1ª divisão, a lutar por títulos. Seria mais um candidato e a modalidade só ficava a ganhar. Soube que há a possibilidade do Sporting ter uma equipa sénior a competir na próxima época, na 3ª divisão, com juniores do clube. Espero bem que isso seja verdade.
- O que fará falta ao Sporting para poder voltar à ribalta do hóquei em patins?
Penso que um dos pontos essenciais será a construção de um pavilhão para as modalidades. Se as modalidades se concentrarem todas no mesmo sítio o clube sai a ganhar porque terão mais gente a apoiar.
- Jogou no Sporting, Benfica, OC Barcelos e Juventude de Viana. Qual o mais especial?
Todas essas equipas têm um cantinho especial no meu coração. Sou benfiquista desde que me conheço e tive a sorte de ser campeão nos outros todos, à excepção da Juventude de Viana. Mas tenho adorado estar em Viana do Castelo porque todos os anos temos subido no campeonato. O ano passado chegamos à final do campeonato, algo que o clube nunca tinha conseguido. O Sporting foi o clube onde comecei a carreira sénior. O Livramento foi o responsável por me colocar a jogar com os seniores quando ainda era júnior. No Benfica foi um orgulho ser campeão porque sou benfiquista. A única situação menos positiva no Benfica é que pairava sempre a ameaça de que a modalidade iria a acabar se não fossemos campeões. Felizmente isso nunca aconteceu. O OC Barcelos foi diferente de todos os outros. Tem uma claque que é excepcional. Mas, para além disso, o clube só vive de hóquei em patins e isso é espectacular. O pavilhão estava sempre cheio e a cidade estava toda virada para o hóquei em patins. Um jogador de hóquei em patins, nas ruas de Barcelos, era tratado como um autêntico jogador de futebol. Sinceramente espero que o clube recupere da situação difícil em que se encontra porque é exemplar. Só vive de hóquei em patins e é um exemplo na formação.
- Qual o título mais especial que conquistou?
Todos os títulos são importantes e especiais. Cada um tem um significado diferente e é sempre bom chegar ao final de uma época e vencermos um troféu. Mas se tivesse que eleger um elegia o Campeonato do Mundo que Portugal venceu em 1993, em Milão. Com seis mil italianos a apoiar a Itália, nós vencemos o Mundial, algo que Portugal já não fazia fora de portas há 32 anos. Mas o Campeonato do Mundo de Oliveira de Azeméis também foi fantástico, assim como a Taça Cers ao serviço do Benfica, que ainda hoje é a única taça europeia que o Benfica tem no palmarés. Todos os títulos que conquistei, tanto a nível de clubes como selecção, têm um significado diferente mas são igualmente muito bons.

Entrevista de Álvaro Gonçalves, in SCN
Foto: Fotos da Curva


NR: Pelo facto da entrevista não ter sido concedida a este espaço, a mesma não se encontra aberta a comentários