quinta-feira, 28 de abril de 2011

RIBATEJO APRESENTOU UM HÓQUEI BONITO

Findo o Inter-regiões disputado em Oliveira do Hospital fomos saber junto de Fernando Vaz, técnico Ribatejano a sua opinião relativamente ao evento, os aspectos positivos e negativos, o futuro próximo da selecção Ribatejana, e como vê o trabalho feito pelas equipas no que diz respeito aos escalões de formação.
CA – Boa tarde Fernando. Qual o balanço que fazes da participação da AP Ribatejo nesta 35ª Edição do Inter-Regiões?
FV – Se analisarmos apenas a classificação final, ficamos a pensar que a nossa participação poderia ter sido melhor, mas se analisarmos a nossa participação num todo, verificamos que a classificação final não dá justiça ao hóquei apresentado pela nossa selecção. O meu balanço é francamente positivo. A nossa selecção apresentou um hóquei muito bonito, onde o jogo colectivo sobressaiu sempre ao jogo individual e quando assim é todo o grupo de trabalho está de parabéns pelo hóquei apresentado. Soubemos estar tão bem dentro de campo como fora de campo que também é fundamental para se analisar a prestação final. A única coisa que não correspondeu foi mesmo só a classificação final, que quanto a mim é o menos importante.
CA – Nos jogos que pude ver, o Ribatejo revelou-se uma equipa consistente a defender, com o Carlos Silva muito bem entre os postes, e muito bem no ataque e contra ataque, pecando na minha opinião na finalização. Achas que este foi um dos factores que contribuiu para que a classificação final não fosse melhor?
FV – É verdade que em alguns jogos esse foi um factor determinante para o desfecho dos mesmos. Conseguimos sempre fazer o mais difícil, que era criar situações de finalização junto da baliza adversária, mas na hora de finalizar nem sempre fomos eficazes. Criamos situações de golo tão claras que os meus jogadores, em algumas situações, facilitaram na hora de finalizar e em jogos tão equilibrados como foram os jogos com o Porto e Lisboa isso tornou-se num factor decisivo no resultado final.


CA – No jogo com Lisboa por exemplo, tiveram oportunidades de ir para o intervalo com um resultado mais dilatado, e mesmo na 2ª parte existiram lances que poderiam ter contribuído para aumentar a diferença no marcador. Achas que nesse jogo foi apenas essa parte aliada a alguma quebra física que permitiu a reviravolta da selecção de Lisboa, ou achas que existiram outros factores?
FV – Esse foi um jogo em que todos nós acabamos por sair do mesmo com uma frustração muito grande pelo resultado final. Ao final da 1ª parte se estivéssemos a vencer por 3 ou 4 golos de diferença teria sido o resultado mais justo. Infelizmente os golos não corresponderam às situações criadas e aliada a uma soma de faltas de equipa completamente despropositadas ao longo do jogo originou com que a nossa equipa permitisse o empate e a reviravolta no marcador. No meu entender não foi pela parte física que nós acabamos por perder este jogo, mas sim pela parte psicológica, pois todos nós sentimos que tínhamos o jogo controlado e que a partir de uma certa altura começamos a perder o controlo do jogo devido a factores aos quais nós não conseguimos controlar. A partir desta altura a equipa perdeu os níveis de concentração, tendo a selecção de Lisboa aproveitado para dar a volta ao marcador e acabado por vencer. O importante é que fizemos um grande jogo elogiado por vários responsáveis pela modalidade presentes e como um deles acabou por me dizer no fim merecíamos um bocado mais de respeito.
CA – No jogo seguinte com Leiria achas que os teus jovens atletas acusaram o esforço/resultado do jogo anterior ou foi mesmo a “estrelinha” da sorte que não brilhou?
FV – Este jogo com a AP Leiria foi o menos conseguido neste torneio. A equipa acusou muito o esforço físico dos jogos anteriores e o resultado do jogo com Lisboa. Apesar disso lutamos até ao fim, e prova disso foi que nos últimos 5 minutos jogamos com 3 e depois 2 jogadores de campo, marcando um golo e não sofrendo nenhum. Não foi possível, nos últimos 5 minutos, jogar de igual para igual pois mais uma vez fomos castigados com várias faltas e cartões azuis que nos prejudicaram e que não se justificaram. De qualquer forma a equipa de Leiria apresentou-se muito concentrada e mais fresca fisicamente, tendo merecido esta vitória. 


CA – Mudando um pouco de assunto como viste e que "prejuízos" pode vir a trazer para a modalidade e este tipo de eventos a desistência da AP Algarve?
FV – Infelizmente não foi a primeira vez que esta situação se passou. Penso que os mais prejudicados serão sempre os atletas da respectiva zona, mas também acredito que os responsáveis pela modalidade nessa região terão os seus motivos para tal decisão. Competia à Federação fazer todos os possíveis para que todas as Associações estejam presentes, mas como não conheço os motivos prefiro não errar no comentário.
CA – Sei que durante a preparação para o Inter-Regiões nomeadamente nos Torneios que o antecederam e nos treinos de preparação utilizaste vários jogadores, para depois fazeres a escolha final. Existiam jogadores de 1º ano nesse lote, e como pode ser encarado o futuro a nível de Selecção Distrital?
FV – Esta selecção tinha 4 jogadores de 1º ano, 2 GR e 2 jogadores de campo. Existem vários jogadores nos nossos clubes que dão garantias de qualidade na selecção do próximo ano, assim eles queiram participar na selecção e a Associação lhes proporcione as melhores condições possíveis para eles puderem dar o seu contributo à selecção.
CA – Como classificas o trabalho que está a ser feito nos Clubes no que diz respeito aos escalões de formação e até que ponto a criação dos Torneios Regionais, veio contribuir para uma maior competitividade e qualidade dos atletas Ribatejanos?
FV – Os clubes têm feito um trabalho muito positivo, a formação hoje em dia já é tratada de outra forma, os clubes já se aperceberam que para garantirem o futuro é necessário fazer formação de qualidade. Há muitos anos atrás, ainda do tempo em que jogava, que se falou em criar os Torneios Regionais, mas por este ou aquele motivo nunca se chegou a um consenso entre Associações. Felizmente esse consenso chegou e todos os clubes e atletas vieram a beneficiar com isso. Penso que os resultados estão à vista, e neste momento as nossas equipas já vão batendo o pé às equipas de Associações mais fortes. Vieram criar uma competição de maior qualidade e um maior número de jogos, aumentando assim a qualidade dos nossos atletas e obrigou os clubes a realizar uma melhor formação para assim puder alcançar os vários nacionais.


CA – Por fim, Fernando fica o espaço à tua disposição para alguma informação que gostarias de deixar aos visitantes do Cartão Azul
FV – Apenas agradecer a todos que me acompanharam durante esta época desportiva, jogadores, directores, clubes, treinadores, equipa técnica etc. Desejar as maiores felicidades aos jogadores e clubes da minha Associação e esperar que o Hóquei em Patins seja novamente a segunda modalidade do país, com a ajuda de todos e com este tipo de iniciativas como tu nos tens trazido ao longo destes anos. Um grande abraço a todos.

Fotos: Sport Flash

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